Na visão da Leitura Corporal, a transpiração é uma manifestação que trabalha para os  processos de humanização, isto é, de descoberta e de apropriação das características e dos contornos pessoais.

A condição humana é plural, por natureza – há nessa forma de vida espaço para que cada indivíduo seja humano à sua maneira. Humanizar, portanto, significa perceber-se no tamanho que se tem para cada assunto, para cada função psíquica, em cada momento de vida.

A produção aumentada de suor é um antídoto para a atitude depreciativa das qualidades e dos valores pessoais, quase sempre acompanhada pela apreciação superestimada das características alheias.

Quando eu deprecio o que é meu próprio, hipervalorizando o do outro, a sudorese traz a consciência de que aquilo que eu admiro no outro existe como matriz em mim. Se para um determinado tema o meu tamanho é pequeno, nada impede que eu me faça grande, se assim eu quiser. De toda forma, se imenso ou minúsculo, isso não faz de mim nem maior, nem menor que ninguém – me faz o que sou, a cada instante. Nada além disso.

A transpiração, ao equilibrar o olhar comparativo em relação ao outro, abre espaço para que o indivíduo se veja no seu próprio tamanho, credite a si o valor devido, disponibilizando-se para desenvolver todas as qualidades que desejar. Afinal, o que o outro faz ou deixa de fazer, é assunto humano dele.  A cada um cabe reconhecer-se em sua própria humanidade.